Fome, escassez e desolação. Separamos 32 fotografias que ilustram a luta desesperada pela sobrevivência nos últimos dias da URSS.
O século vinte testemunhou o surgimento, desenvolvimento e colapso do mais trágico experimento da história humana: o socialismo. Há pouco mais de 2 décadas o mundo viu a eclosão da União Soviética. Fome, escassez, inflação, queda nos padrões de vida, filas ininterruptas, desolação e desespero tomaram conta do regime que há mais de meio século procurou estabelecer a economia centralizada como modelo de vida. Esse experimento resultaria em monstruosas perdas humanas e em colossais desastres ambientais.
Como o economista austríaco Ludwig von Mises atestou - antes mesmo do nascimento de Gorbachev - a eclosão do sistema soviético poderia ser resumida numa única frase:
- Onde não há um livre mercado, não há mecanismo de preços; e sem um mecanismo de preços, é impossível haver cálculo econômico.
Existem bilhões de tipos de produtos comercializados por centenas de milhares de empresas em todo mundo – apenas para se ter uma ideia, de acordo com estimativas, o número de produtos diferentes que se pode comprar em Nova York ultrapassa a marca de 10 bilhões. Nesse processo, são necessárias bilhões de decisões relativas à compra e venda de insumos, da contratação da força de trabalho especializada, dos salários, dos preços, dos lucros, dos investimentos, dos meios de transporte, dos armazenamentos, das distribuições, das propagandas – decisões que se originam de diferentes partes dessa hierarquia operacional. Cada parte desse processo é fundamental para que a chegada desses produtos ao dia a dia dos consumidores seja bem sucedida. Quando entregues ao poder de decisão de um punhado de burocratas, o resultado final segue sempre a mesma cartilha: escassez, fome e desespero. Como John Hospers bem definiu:
- Se há um única lição do século 20 é a de que o socialismo não funciona.
As imagens a seguir ilustram a luta desesperada pela sobrevivência nos últimos dias da URSS.


















Haviam filas por todos os lados. Era fila pro pão, fila pra loja do sapato, fila pro supermercado, fila pra filas que não levavam a lugar nenhum. Moscou era uma grande teia de filas. Nem a inauguração do McDonalds escaparia desse cenário.
Em 31 de março de 1991, um dos auxiliares de Gorbachev escreveu em seu diário:
“Ontem o Conselho de Segurança reuniu-se para discutir a questão da comida … mais concretamente, do pão… Em Moscou e outras cidades há filas como dois anos atrás para a salsicha. Se não conseguirmos obtê-lo em algum lugar, poderá haver fome em junho. Das repúblicas, somente o Cazaquistão e a Ucrânia podem (a custo) se alimentar. No fim das contas, a existência de pão no país é um mito. Raspamos o fundo do baú para encontrar moeda forte e crédito para comprá-lo no exterior. Mas não somos mais merecedores de crédito… Andei de carro por Moscou… as padarias estão trancadas com cadeado ou assustadoramente vazias. Acho que Moscou nunca viu nada parecido em toda a sua história – mesmo nos anos de maior fome.”














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